Professores relatam inseguranças nas regiões; CUT repudia proposta do governo paulista
“O governo de São Paulo é insensível aos protestos de toda comunidade escolar contra o fechamento de escolas. Mesmo com tantos atos de alunos, pais e professores, [Geraldo] Alckmin vira as costas para a população”. A avaliação é do presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, diante do anúncio feito nesta segunda-feira (26) pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
O governo informou que 94 escolas serão ‘disponibilizadas’, o que significa que elas serão fechadas e alunos e professores precisarão ser transferidos para outras unidades. Alckmin pretende separar em prédios diferentes o ensino médio, os anos iniciais (1º ao 5º) e os anos finais (6º ao 9º).
Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), desde o início do ano foram fechadas 3.390 classes. Em atos públicos nos últimos dias, a presidente da entidade, Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel, tem responsabilizado o governo estadual do PSDB por mudanças que irão afetar professores e alunos.
Na próxima quinta-feira (29), a população paulista irá às ruas para dar o Grito em Defesa da Escola Pública de Qualidade no Estado de São Paulo, às 17h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista.
Para o professor de Ciências, Carlos Guimarães, da Escola Estadual Manuela Lacerda Vergueiro, em Heliópolis, zona sul de São Paulo, a medida causa insegurança. “Nenhum debate foi feito sobre essa proposta que foi imposta pelo governo e estamos aflitos sobre o que irá acontecer com os professores das classes e escolas que serão fechadas e com os estudantes que serão remanejados, tanto daqui como das escolas da região”, relata.
Questionada sobre a lista das escolas que serão fechadas, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo afirma que ela “ainda não foi divulgada porque a proposta é informar primeiramente os diretores das escolas sobre as mudanças.”