sindicato dos trabalhadores em entidades de assistência e educação a criança ao adolescente e à família do estado de São Paulo

Skip to content Skip to footer

Enfrentamento da cultura do fracasso escolar

Em 2019, 2,1 milhões de estudantes foram reprovados no Brasil, mais de 620 mil abandonaram a escola e mais de 6 milhões estavam em distorção idade-série. O perfil desses estudantes é facilmente identificável: formado muitas vezes por crianças e adolescentes negros(as) e indígenas ou com deficiências, concentrados(as) nas regiões Norte e Nordeste. Essa situação de desigualdades socioeducacionais agravou-se durante a pandemia da Covid-19, pois foram esses estudantes que enfrentaram as maiores dificuldades para seguir os estudos.

Para grande parte da sociedade, é quase uma norma o fato de que determinados perfis de estudante não aprendam e sejam reprovados muitas vezes até desistir. A cultura do fracasso escolar exclui os estudantes em situação de maior vulnerabilidade, que já sofrem outras violações de direitos dentro e fora da escola.

Segundo o estudo “Enfrentamento da cultura do fracasso escolar”, desenvolvido pelo Cenpec em parceria com a Unicef e o Instituto Claro, que integra a estratégia Trajetórias de Sucesso Escola, o ciclo do fracasso escolar se retroalimenta por uma combinação de indicadores: reprovação, distorção idade-série e abandono. No entanto, as concepções e práticas que sustentam a cultura do fracasso escolar contrariam o direito à educação, concretizado pelo “direito a conhecer e a aprender, a trajetórias escolares bem-sucedidas que construam desejos e aspirações para meninas e meninos” (p. 9).

Na apresentação do estudo, Florence Bauer, representante da Unicef no Brasil, reflete:

“Para reverter a situação, é fundamental um esforço conjunto do governo, da sociedade e da comunidade escolar para conhecer a fundo o problema, debater as diversas visões e enfrentar a cultura do fracasso escolar. A escola precisa ser um lugar seguro onde se conhece, se debate, se constroem e se reconstroem conhecimentos sem ameaças.”

Entre as ações necessárias, nesse sentido, Bauer aponta a revisão dos “currículos, a avaliação das aprendizagens e os cotidianos escolares, criando espaços inclusivos, em que todos tenham direito a trajetórias de sucesso escolar”.

 

Leave a comment

0.0/5