Segundo pesquisa USP feita em 2021, 97% dos professores do ensino público acreditam que a escola ideal seria diferente da atual. Entre as mudanças necessárias, os educadores incluem metodologias mais ativas e currículos escolares mais conectados com a formação cidadã. Mas qual é a cara desse novo modelo educacional? E quem é que estará à frente dessas importantes mudanças?
Russell Cailey, Diretor e idealizador do THINK Learning Studio, uma iniciativa da Think Global School, uma escola itinerante que oferece um tipo de educação desruptivo e baseado em experiências.
De acordo com o britânico, os modelos educacionais que ainda se apoiam em avaliações periódicas e que não exploram o potencial criativo de seus alunos estão fadados ao fracasso: “Onde no mundo nós usamos notas como A e B para avaliar nosso desempenho no ambiente de trabalho? Nós não fazemos isso”.
A visão de uma educação tão revolucionária pode parecer distante quando paramos para avaliar o cenário brasileiro, mas, segundo Lucas Rocha, Diretor de Projetos da Fundação Lemann, o Brasil tem sim motivos para comemorar.
Apesar de ainda termos um longo caminho a ser trilhado na educação pública, a direção parece ter sido encontrada: “O Brasil tem caminhado, com o novo ensino médio, para um modelo um pouco mais parecido com o modelo europeu, em que o aluno tem trilhas e pode experimentar essas trilhas mais cedo durante sua trajetória”. Segundo Lucas, com esse novo modelo, o aluno tem a possibilidade de acessar o mercado de trabalho pelo ensino profissionalizante e não apenas pela faculdade.
Outras iniciativas têm se destacado no ensino público, como é o caso do Mulheres Inspiradoras, um premiado projeto pedagógico do Distrito Federal, idealizado por Gina Vieira Ponte, professora recém aposentada da educação básica. O projeto se tornou um marco na educação no Brasil e atravessou o Atlântico com o objetivo de “Provocar meninas a vislumbrar, para si mesmas, outras possibilidades identitárias e refletir sobre outros potenciais que elas têm”.
Crítica de movimentos como Escola Sem Partido e iniciativas como o Homeschooling, Gina acredita que a Escola tem o papel de ensinar e também de educar os cidadãos do futuro.
Enquanto o ensino público enfrenta percalços, a educação privada conseguiu avançar bastante nos últimos anos e é sobre isso que Thamila Zaher, Acionista e Diretora-Executiva do Grupo SEB, uma das mais reconhecidas organizações de ensino do país. Para ela, uma das mudanças mais importantes nos paradigmas educacionais é que agora os alunos saem das respostas fixas e preestabelecidas, partindo para suas próprias reflexões e questionamentos: “O mundo é variável, tem muitas coisas que mudam o tempo todo. As respostas acontecerão, mas é importante que o aluno seja capaz de refletir sobre elas”.
A educação é a base fundadora de toda a nossa sociedade. Para melhorar o mundo em que vivemos, e deixar um legado para as próximas gerações, é imprescindível planejar e investir na formação desses cidadãos. E à medida que o mundo se transforma, o ensino deve acompanhar os seus movimentos e tendências.
Esses questionamentos foram trazidos pelo Projeto Upload, que discute quais são as possíveis trilhas para uma Educação do Futuro e vai ao ar aos domingos, às 21h, na CNN Brasil, que também pode ser acessado pela plataforma do youtube.